Destaque
Quinta da Oliveirinha Grande Reserva
Tinto
2019
Douro
Preços
Sócio
23,75 Gfa
47,50 Cx
Não Sócio
25,00 Gfa
50,00 Cx
Vendido em cx de 2 gfa x (0,75l)
  • Notas de prova
Cor rubi escuro. Aroma elegante e muito complexo, com notas de frutos vermelhos, frutos secos (ameixa, avelãs) e notas de especiarias. Na boca é equilibrado, redondo com boa estrutura, uma boa acidez a dar-lhe frescura. Envolvente e elegante com taninos finos. Final persistente.
Designação Oficial: 
D.O.C.

Temperatura de Serviço: 

16/17ºC

Teor alcoólico: 

14.50%vol

Longevidade: 

15 a 20 anos

Harmonizações: 

  • Pratos de carnes intensas (vaca ou cabrito).

Situações de consumo: 

Com a refeição
Observações de consumo: 
Beneficia decantado antes de servir.
Vinificação: 
Vindima manual. Desengace total. Fermentação com controlo de temperatura durante 7 dias e 7 dias de contacto pelicular. Estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês (50% de 2ºano, 25% de 3º ano, 25% novas).
  • Castas
  • Região
  • Enólogo
  • Produtor

Tinta Amarela

Touriga Franca

Touriga Nacional

Vinhas Velhas - Tintas

Douro

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Durante a ocupação romana já se cultivava a vinha e se fazia vinho nos vales do Alto Douro. A história da região é simultaneamente fascinante e cruel, desde os tempos imemoriais em que o Douro era sobretudo esforço e violência, que foi amansando e evoluindo, permitindo-nos desfrutar de uma das mais espantosas "paisagem cultural, evolutiva e viva" do país, actualmente reconhecida como Património Mundial pela UNESCO.

De salientar também o facto de ter sido a primeira região demarcada e regulamentada do mundo, aquando da criação pelo Marquês de Pombal, da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756.

A região, rica em microclimas como consequência da sua acidentada orografia, divide-se em três sub-regiões - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, produzindo-se em cada uma delas vinhos de qualidade brancos, tintos e rosados, vinhos espumantes, licorosos e ainda aguardentes de vinho com especificidades próprias.

Da globalidade do volume de vinho produzido na Região Demarcada do Douro, cerca de 50% é destinada à produção de "Vinho do Porto", enquanto que o restante volume é destinado à produção de vinhos de grande qualidade que utilizam a denominação de origem controlada "Douro" ou "Vinho do Douro".

Merece também destaque o Vinho Regional Duriense cuja região de produção é coincidente com a Região Demarcada do Douro.

Fonte: Instituto da Vinha e do Vinho, I.P.

Observações dos produtores acerca deste vinho: 
Localizada no “coração” do Vale do Douro, na margem direita do rio e com um potencial natural e histórico para fazer grandes Portos (as suas vinhas detêm a mais alta das classificações de qualidade da região - "Letra A"), a Quinta da Oliveirinha é agora reinterpretada como uma coleção de vinhos do Douro, com o toque sempre pessoal da família Alves de Sousa. O Grande Reserva tinto exprime todo o carácter e complexidade das vinhas velhas do Douro. 2019 foi um ano em geral seco (embora não tanto quanto 2017 ou 2015), foram antes as grandes oscilações nas temperaturas que mais o marcaram - desde o início as temperaturas foram sucessivamente passando de acima para abaixo da média, com um reflexo natural no ciclo da vinha que apesar do avanço inicial foi posteriormente desacelerando. As diferentes castas lidaram naturalmente de um forma diferente com estas variações, com alguma heterogeneidade inicial nas maturações a obrigar a um acompanhamento rigoroso e a uma redefinição do calendário de vindima. O esforço logo deu os seus frutos - a par de um excelente estado fitossanitário global, o saber esperar e respeitar o tempo das diferentes castas e das diferentes vinhas face às condições do ano permitiu ir refinando progressivamente o seu carácter e qualidade final. Vinhos com profundidade, estruturas sólidas, algo fechados e austeros à nascença mas com grande carácter, complexidade e um equilíbrio fantástico. Vinhos de guarda pelos quais, tal como sucedeu na vinha, será também necessário saber esperar... mas com tudo para uma grande evolução em garrafa.

Alves de Sousa

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A produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô (Domingos Alves de Sousa) tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos Alves de Sousa abraçou a princípio uma outra carreira. Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas. A evolução da sua actividade vitivinícola reveste-se de aspectos interessantes, quase paradigmáticos e merece um pouco de história.

Durante muito tempo foi fornecedor das conhecidas e prestigiadas companhias Casa Ferreirinha e Sociedade dos Vinhos Borges. Mas os problemas que afectaram o sector nos finais da década de 80, que tiveram como consequência um aumento exagerado dos custos de produção, e em especial a catastrófica colheita de 1988, levaram-no a questionar a rentabilidade das suas explorações.

E foi esse questionar o ponto de viragem.

Tal como muitos outros viticultores durienses, afectados pela recessão em que a Região Demarcada se debatia, voltou-se para a valorização das "sobras" do Vinho do Porto, ou seja, o vinho de pasto do Douro, até então tradicionalmente subalternizado em relação ao vinho generoso.

Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia em Portugal e França (Bordéus) e, munido desse lastro e reunindo uma equipa devidamente qualificada, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construindo na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das uvas provenientes das suas 5 Quintas.

Efectuadas algumas experiências com diversas castas, seleccionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências. Era o início de um percurso recheado de sucessos que se arrastou até aos dias de hoje, e de que amanhã concerteza ainda iremos ouvir falar.

A qualidade do seus vinhos tem vindo desde então a ser reconhecida através de distinções e referências em revistas da especialidade, destacando-se a atribuição do prémio "Produtor do ano" em 1999 pela prestigiada Revista de Vinhos.