Destaque
Abandonado
Tinto
2020
Douro
Preços
Sócio
85,50 Gfa
85,50 Cx
Não Sócio
90,00 Gfa
90,00 Cx
Vendido em cx de 1 gfa x (0,75l)
  • Notas de prova
Cor rubi profunda. Grande profundidade aromática, pleno de charme, com notas de folha de eucalipto, alcaçuz, trufa branca e frutos do bosque. Boca plena de harmonia, com intensidade mas também delicadeza e uma extraordinária pureza da fruta. Final persistente.
Designação Oficial: 
D.O.C.

Temperatura de Serviço: 

16/17ºC

Teor alcoólico: 

14.50%vol

Longevidade: 

30 a 35 anos

Harmonizações: 

  • Carnes vermelhas condimentadas |
  • caça e cabrito assado.

Situações de consumo: 

Com a refeição
Observações de consumo: 
Decantar 1 hora antes de servir.
Vinificação: 
Desengace total. Fermentação durante 10 dias com controlo de temperatura. 10 dias de maceração pós-fermentativa. Estágio de 22 meses em barricas novas e de 2º ano de carvalho francês e português.
  • Castas
  • Região
  • Enólogo
  • Produtor

Tinta Amarela

Touriga Franca

Touriga Nacional

Vinhas Velhas - Tintas

Douro

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Durante a ocupação romana já se cultivava a vinha e se fazia vinho nos vales do Alto Douro. A história da região é simultaneamente fascinante e cruel, desde os tempos imemoriais em que o Douro era sobretudo esforço e violência, que foi amansando e evoluindo, permitindo-nos desfrutar de uma das mais espantosas "paisagem cultural, evolutiva e viva" do país, actualmente reconhecida como Património Mundial pela UNESCO.

De salientar também o facto de ter sido a primeira região demarcada e regulamentada do mundo, aquando da criação pelo Marquês de Pombal, da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756.

A região, rica em microclimas como consequência da sua acidentada orografia, divide-se em três sub-regiões - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, produzindo-se em cada uma delas vinhos de qualidade brancos, tintos e rosados, vinhos espumantes, licorosos e ainda aguardentes de vinho com especificidades próprias.

Da globalidade do volume de vinho produzido na Região Demarcada do Douro, cerca de 50% é destinada à produção de "Vinho do Porto", enquanto que o restante volume é destinado à produção de vinhos de grande qualidade que utilizam a denominação de origem controlada "Douro" ou "Vinho do Douro".

Merece também destaque o Vinho Regional Duriense cuja região de produção é coincidente com a Região Demarcada do Douro.

Fonte: Instituto da Vinha e do Vinho, I.P.

Observações dos produtores acerca deste vinho: 
Uma vinha a passar os 80 anos de idade, com várias falhas derivadas de um parcial abandono durante alguns anos. Numa zona de intensa exposição e com enormes afloramentos de xisto à superfície onde nem uma única erva subsiste. As gentes da Quinta depressa a apelidaram de “o Abandonado”. Durante anos tentamos recuperar a vinha e replantar as videiras desaparecidas. Até que desistimos. Apesar de todo o nosso cuidado apenas as cepas mais velhas eram capazes de subsistir em condições tão extremas. Em 2004 decidimos isolá-la pela primeira vez na adega da Quinta da Gaivosa. Revelou imediatamente uma personalidade e carácter únicos. Decidimos engarrafá-lo em homenagem às igualmente únicas vinhas velhas do Douro, que um dia desaparecerão. Hoje as celebramos. 2020 será porventura o ano mais desafiante que a nossa geração já viveu. O ano foi em geral quente desde o seu início, levando a um avanço significativo logo desde o abrolhamento. A Primavera chuvosa levou a uma grande pressão de míldio, afetando também a Floração, com consequentes quebras numa produção que já há nascença não era demasiado generosa. As modestas previsões quantitativas do ano foram ainda agravadas com o escaldão ocorrido de 22 a 24 de Junho. As reservas de água acumuladas na Primavera permitiram contudo uma boa progressão da maturação. A entrada no último terço de Agosto marcou um ponto de viragem brusco - após uma chuva a 20 de Agosto, aparentemente bem-vinda para fazer face ao calor estival e ajudar a terminar a maturação... rapidamente começa a verificar-se uma desidratação galopante nos bagos em diversas vinhas, com particular incidência nas cotas mais baixas da região. O resultado... a quantidade sofreu uma quebra dramática, ultrapassando em diversas vinhas os 50%. Mas a Natureza retirou por um lado e deu por outro - a qualidade é verdadeiramente excecional! A concentração, a intensidade foi tal que numa primeira análise levantaram algumas questões. Mas rapidamente os mostos revelaram um carácter e um potencial absolutamente extraordinários e apaixonantes! A concentração foi imensa mas proporcional em todas as componentes dos bagos - açúcares, aromas, compostos fenólicos, acidez... tudo (!), garantindo intensidade mas também um equilíbrio notável. 2020 ficará seguramente na história da família Alves de Sousa pela qualidade e singularidade dos seus vinhos!

Alves de Sousa

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A produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô (Domingos Alves de Sousa) tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos Alves de Sousa abraçou a princípio uma outra carreira. Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas. A evolução da sua actividade vitivinícola reveste-se de aspectos interessantes, quase paradigmáticos e merece um pouco de história.

Durante muito tempo foi fornecedor das conhecidas e prestigiadas companhias Casa Ferreirinha e Sociedade dos Vinhos Borges. Mas os problemas que afectaram o sector nos finais da década de 80, que tiveram como consequência um aumento exagerado dos custos de produção, e em especial a catastrófica colheita de 1988, levaram-no a questionar a rentabilidade das suas explorações.

E foi esse questionar o ponto de viragem.

Tal como muitos outros viticultores durienses, afectados pela recessão em que a Região Demarcada se debatia, voltou-se para a valorização das "sobras" do Vinho do Porto, ou seja, o vinho de pasto do Douro, até então tradicionalmente subalternizado em relação ao vinho generoso.

Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia em Portugal e França (Bordéus) e, munido desse lastro e reunindo uma equipa devidamente qualificada, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construindo na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das uvas provenientes das suas 5 Quintas.

Efectuadas algumas experiências com diversas castas, seleccionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências. Era o início de um percurso recheado de sucessos que se arrastou até aos dias de hoje, e de que amanhã concerteza ainda iremos ouvir falar.

A qualidade do seus vinhos tem vindo desde então a ser reconhecida através de distinções e referências em revistas da especialidade, destacando-se a atribuição do prémio "Produtor do ano" em 1999 pela prestigiada Revista de Vinhos.