Premiado
Selecção Fórum
Vale da Raposa Touriga Nacional
Tinto
2017
Douro
Preços
Sócio
23,75 Gfa
71,25 Cx
Não Sócio
25,00 Gfa
75,00 Cx
Vendido em cx de 3 gfa x ()
  • Notas de prova
  • Prémios
Cor rubi muito intensa e profunda. Aroma complexo, floral intenso, fruta madura e especiarias muito bem integradas. Na boca é encorpado e fresco, elegante com boa estrutura e bons taninos. Final longo e persistente.
Medalha de Ouro – Forum de Enólogos Dezembro 2021
Designação Oficial: 
D.O.C.

Temperatura de Serviço: 

16/17ºC

Teor alcoólico: 

14.50%vol

Longevidade: 

15 a 20 anos

Harmonizações: 

  • Assados de carne como cabrito assado |
  • ideal com cachaço de porco bísaro cozido a baixa temperatura.

Situações de consumo: 

Com a refeição
Observações de consumo: 
Beneficia se aberto 20 minutos antes de servir.
Vinificação: 
Vindima manual. Desengace total. Fermentação com as películas durante 8 dias e longa maceração. Estágio de 21 meses em barricas de carvalho francês, 30% novas e 70% de terceiro ano.
  • Castas
  • Região
  • Enólogo
  • Produtor

Touriga Nacional

Douro

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Durante a ocupação romana já se cultivava a vinha e se fazia vinho nos vales do Alto Douro. A história da região é simultaneamente fascinante e cruel, desde os tempos imemoriais em que o Douro era sobretudo esforço e violência, que foi amansando e evoluindo, permitindo-nos desfrutar de uma das mais espantosas "paisagem cultural, evolutiva e viva" do país, actualmente reconhecida como Património Mundial pela UNESCO.

De salientar também o facto de ter sido a primeira região demarcada e regulamentada do mundo, aquando da criação pelo Marquês de Pombal, da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756.

A região, rica em microclimas como consequência da sua acidentada orografia, divide-se em três sub-regiões - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, produzindo-se em cada uma delas vinhos de qualidade brancos, tintos e rosados, vinhos espumantes, licorosos e ainda aguardentes de vinho com especificidades próprias.

Da globalidade do volume de vinho produzido na Região Demarcada do Douro, cerca de 50% é destinada à produção de "Vinho do Porto", enquanto que o restante volume é destinado à produção de vinhos de grande qualidade que utilizam a denominação de origem controlada "Douro" ou "Vinho do Douro".

Merece também destaque o Vinho Regional Duriense cuja região de produção é coincidente com a Região Demarcada do Douro.

Fonte: Instituto da Vinha e do Vinho, I.P.

Observações dos produtores acerca deste vinho: 
2017 ficou desde logo na história como um dos anos mais secos desde que há registos, com a precipitação total a cair para quase metade do que seria normal. As temperaturas diurnas foram também em geral elevadas, registando-se ondas de calor em Junho, Julho e Agosto. Este cenário extremo foi de alguma forma apaziguado por noites relativamente frescas, permitindo alguma recuperação das videiras e uma progressão constante da maturação. Resultou uma das mais precoces vindimas de sempre, com início a 22 de Agosto e um avanço de cerca de 20 dias em várias vinhas. Um pequeno chuvisco nos últimos dias de Agosto e o baixar da temperatura em Setembro permitiu um final de maturação mais suave e sem sobressaltos, com as uvas a apresentarem um estado sanitário fantástico. E se algumas dúvidas pudessem existir no início face a tamanha precocidade... estas foram imediatamente dissipadas com a entrada das primeiras uvas na adega. Concentração, mas sem desequilíbrios. Grande intensidade de fruta, mas com profundidade e estruturas sólidas. Um pleno em todas as cores e feitios - brancos, rosados, tintos, Portos... tudo a revelar um altíssimo potencial, prometendo ficar na história não apenas pela pouca chuva ou pela precocidade mas sobretudo pelos seus grandes vinhos.

Alves de Sousa

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A produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô (Domingos Alves de Sousa) tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos Alves de Sousa abraçou a princípio uma outra carreira. Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas. A evolução da sua actividade vitivinícola reveste-se de aspectos interessantes, quase paradigmáticos e merece um pouco de história.

Durante muito tempo foi fornecedor das conhecidas e prestigiadas companhias Casa Ferreirinha e Sociedade dos Vinhos Borges. Mas os problemas que afectaram o sector nos finais da década de 80, que tiveram como consequência um aumento exagerado dos custos de produção, e em especial a catastrófica colheita de 1988, levaram-no a questionar a rentabilidade das suas explorações.

E foi esse questionar o ponto de viragem.

Tal como muitos outros viticultores durienses, afectados pela recessão em que a Região Demarcada se debatia, voltou-se para a valorização das "sobras" do Vinho do Porto, ou seja, o vinho de pasto do Douro, até então tradicionalmente subalternizado em relação ao vinho generoso.

Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia em Portugal e França (Bordéus) e, munido desse lastro e reunindo uma equipa devidamente qualificada, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construindo na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das uvas provenientes das suas 5 Quintas.

Efectuadas algumas experiências com diversas castas, seleccionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências. Era o início de um percurso recheado de sucessos que se arrastou até aos dias de hoje, e de que amanhã concerteza ainda iremos ouvir falar.

A qualidade do seus vinhos tem vindo desde então a ser reconhecida através de distinções e referências em revistas da especialidade, destacando-se a atribuição do prémio "Produtor do ano" em 1999 pela prestigiada Revista de Vinhos.